E lá se foi ela, responder o
processo em liberdade. Deixou para trás duas vidas estendidas no asfalto. E junto
com essas vidas o desespero e a agonia de duas famílias que terão que conviver
para o resto da vida numa angústia sem fim. Juliana fugiu do local do acidente
feito um ladrão criminoso, omitiu socorro às vítimas. Na certa já pensava na
impunidade, pois se ninguém me pega eu estou livre, pois pouco me importa se eu
deixei para trás duas pessoas mortas – pensava ela.
Em um lugar decente e justo,
Juliana já seria presa pela omissão de socorro. Mas não aqui no Brasil. Aqui o
negócio é diferente. Aqui a justiça funciona. Principalmente para quem tem
dinheiro, desculpe pelo excesso de ironias, mas este é um dos únicos recurso de
linguagem que posso ter nesse momento de consternação
Será que realmente existe
justiça nesse país? Se indigna a família daqueles mortos pela motorista Juliana Cristina da
Silva. E a resposta e simples e cruel: Não. Não existe e pelo visto nunca vai
existir
O preço da liberdade, ou o
preço das duas vidas: pouco mais de R$ 15.000, 00 reais...Esse é o preço da
fiança estipulada pelo juiz, Paulo de Abreu Lorenzino
(queria saber sinceramente o que esse Dr. tem na cabeça). A justiça também parece
meio atordoada com essa parada de acidente de carro com embriaguez....Em alguns
casos homicídio culposo, em outras doloso.
Contudo, Juliana Cristina da Silva não deve ser responsabilizada por
essa decisão absurda. Ela apenas usa o sistema legal que rege as relações da
nossa sociedade. Ou seja, a impunidade sempre vai reinar enquanto ninguém se
mobilizar para mudar essa situação.
Paulo de Abreu
Lorenzino é o juiz responsável por essa decisão e deu a sua parcela de contribuição para que mais uma vez
a impunidade mostre as suas garras. Quem sabe daqui a 3 ou 10 anos Juliana seja
julgada. Até lá irá levar sua vida normalmente. Vai curtir o seu final de semana,
a sua família, o seu dinheiro.
Raimundo Barbosa dos Santos e José Hairton de Andrade não vão ter os
mesmos direitos, isso porque estão mortos.
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