Vivemos em um mato sem cachorro, como diz o ditado popular.

Pagamos impostos altíssimos, mas em contrapartida não temos retornos condizentes com essa altíssima carga tributária, como por exemplos bons serviços públicos, longe disso.

Imaginasse que quando se paga caro por algum serviço, este serviço teria, em tese, a função de lhe oferecer qualidade, bom atendimento e garantias. Contudo, o que se presencia no serviço público brasileiro hoje em dia é justamente o contrário. É como se pagássemos por uma Ferrari e em troca nos ofertassem um fusca.

Paga-se muito e paga-se bem por serviços públicos medíocres. No contexto da nossa realidade, nosso dinheiro mantém uma base estrutural política que utiliza desses recursos financeiros para o aumento gradual, ou a conservação de privilégios e regalias em benefício próprio. Em suma, nosso dinheiro não é utilizado da maneira como deveria ser, pois é desviado para manter uma estrutura de poder onde a principal preocupação é o bem-estar financeiro de poucas classes privilegiadas que se acostumaram a viver do bem e do melhor às custas do trabalho do povo. 

O que presenciamos aqui no mundo real é uma população que sofre diariamente com serviços públicos precários e ineficientes, mas que não renega o dever de pagar seus impostos em dia, mesmo sabendo que não são aplicados da forma que deveria ser. Ou seja, uma população que sofre calada sem força para lutar pelos seus direitos.

Se isso um dia vai mudar não sei, a única certeza que tenho é que amanhã certamente irei pagar um pouco de imposto para continuar movimentando essa pirâmide da desigualdade.

Marcos Costha





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