MARCOS COSTHA

Alguma coisa está muito errada com o nosso país...

A quantidade de policiais mortos nesse país é assustadora e causa muita preocupação. 

Mas isto parece não assustar quem deveria, o Estado. Homens que deixam suas famílias para proteger outras famílias são mortos sem dó nem piedade nas mãos de bandidos, muitas vezes menores. O pavor do policial começa a interferir nas suas atuações policiais o que acaba resultando muitas vezes em erros e equívocos.

O equivoco culposo do policial é condenado veemente por todos, mas a morte silenciosa dele não ecoa com a mesma intensidade. A voracidade do ataque contra o policial infrator não se repete contra o bandido matador de policia. Vivemos em uma inversão de valores jamais vista em nossa sociedade

O Estado não consegue oferecer ao policial um status permanente de segurança. O policial tem que conviver com coletes vencidos, material ultrapassado de combate, pressão interna e externa por resultados. Mas mesmo assim eles se arriscam nas ruas para manter a segurança da população. O juramento pelo trabalho é maior do que o medo de sair de casa e não voltar mais.

O Estado protege o menor infrator, o bandido, mas parece não se importar muito com quem realmente deveria se importar. O policial brasileiro está a mercê da bandidagem, assim como a grande maioria da população.

O crime é investigado, o bandido é preso. Mas a lei ainda insiste em tratar com delicadeza a bandidagem. E assim segue a vida do policial, enxugando gelo e velando seus companheiros!